Eu tinha medo de ficar velho, até que cheguei aos 30

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Eu morria de medo de ficar velho.

Lembro de chegar aos 22 e me recordar vivamente do dia em que eu, ainda adolescente, falava com uma conhecida adulta e ela me dizia que tinha completado 2 patinhos na lagoa. Na época pensei: 22? Que velha.

Aos 25 escrevi um post no blog contando sobre o sentimento de ficar velho. Considerando que a gente vira adulto de verdade lá pelos 20, eu pensava que tava com metade do caminho pra chegar nos 30. E isso me preocupava.

Aos 27 conversava com amigos como eu tinha percebido o aparecimento de marcas de idade na cara. Aquela famosa linha de dobrinha na testa. E aquelas que fazem assim pelos lados do nariz e da boca (👃).


Nessa idade também percebi uma leve desaceleração do meu metabolismo. Nunca tive problemas em me manter magro, mas aos 27 acumulei uma pequena pelanquinha na barriga.

Na empresa onde eu trabalhava, com uma porrada de gente nos seus ~22 anos, eu já era considerado um cara mais experiente.

Em certas atrações turísticas, saí da categoria "jovem", que só vai até os 24 anos. Pra comprar ingresso passei a fazer parte da categoria 25-34.

Aos 29 fiz uma brincadeira com a Avril Lavigne e o pessoal no twitter não sabia quem era. Um rapaz comentou: "Avril Lavigne? Aí tu entregas a nossa idade!"

Sempre tive medo de envelhecer. E agora cheguei aos temidos 30. Meu amigo me perguntou o que eu tava achando de chegar nessa idade. E o que era medo virou tesão.

Mudança de mentalidade

Tesão porque me conheço mais do que nunca. Chego aos 30 anos sabendo exatamente do que sou capaz, confiando no meu taco ao mesmo tempo em que tenho consciência das coisas que não servem pra mim ou não me agradam.

Chego aos 30 anos cada vez mais certo dos meus valores, das atitudes que tenho que tomar. Daquilo que eu defendo e daquilo que eu repudio.

Chego aos 30 com uma trajetória profissional traçada em grande parte de forma independente, sob os meus termos e não de acordo com expectativas dos outros sobre mim. Sinto orgulho do que construí.

Chego aos 30 no auge da minha saúde e forma física, me sentindo bem, forte e vivo. E sabendo que o declínio físico é natural, chego aos 30 valorizando a minha mobilidade atual, trabalhando pra que ela perdure por muito tempo. Sabendo que não se vive pra sempre e que precisamos valorizar o agora.

Chego aos 30 amando muito e sendo muito amado diariamente, valorizando cada sorriso, abraço, conversa e palavra.

Chego aos 30 mais maduro, sábio, confiante, com fome, vontade e motivação.

Chego aos 30 entendendo que quase nada disso eu tinha aos 20 e que envelhecer é se engrandecer.

Chego aos 30 com um baita de um tesão, porque os 10 anos até os 40 têm tudo pra serem os melhores da minha vida.



Um comentário:

  1. Estou com os meus 33 anos e posso dizer: são os melhores anos! Acho que depois dos 40 a gente começa a descer os degraus da escada para o outro lado hahah! Mas a casa dos 30 são os anos da maturidade, esta vista em todos os sentidos! Você expressou bem isso no texto, e são muitas as "pistas" que medem o quanto estamos avançando na trajetória da vida, nos colocando em comparação com outros viventes desse planeta, que podem se vangloriar à vontade por serem mais novos ou algo assim... Enfim, acho que os 30 são também o meio-termo da existência, nem pra lá nem pra cá demais.

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